07/07/2008

Concurso de Poesia Álvares de Azevedo

COM RESSALVAS, DIVULGO!!!
Concurso de Poesia Álvares de Azevedo

Louvável a iniciativa, se considerarmos o fato de que a poesia não recebe "incentivos". Para ela, quase sempre, estão fechadas as portas das grandes editoras. Com certa razão, porque o empresário quer lucro, no âmbito do real (com trocadilho e tudo), enquanto o poeta quer a realidade, mas tomada de transfiguração. O que me assusta nessa história toda de concursos que cobram taxas e prommetem "divulgação" é a possibilidade de um engodo. Há sempre um engodo à espreita; e há, também, inúmeros escritores incautos, dispostos a acreditar no milagre da divulgação, essas coisas da mídia, que podem fazer um indivíduo conhecido, mas que não são capazes de fazer melhor a sua poesia.
Desconfio de concursos que cobram taxas de inscrição. Por que não buscaram, antes, patrocínio? Será que o poeta (e poeta geralmente é pobre) é quem deve pagar a conta?
Além disso, no caso específico desse Concusro de Poesia Álvares de Azevedo, a taxa é relativamente alta: R$ 15,00 (QUINZE REAIS).

Outra ressalta é o tema´. Concursos com temática predeterminada? Alto lá. Poesia, como expressão de liberdade interior deve começar livre pelo temaa. O ser humano, visto na sua psiquê, não aceita limites, por isso mesmo a Poesia não deve padecer dessas limitações (peso, forma, cheiro, cor,ou ideologia). Ao diabo toda e qualquer limitação!

Não podemos e não devemos nos esquecer de que Poesia é, com força de verbo ser intransitivo; por isso é que não carece de rótulos; por isso é que abomina todo e qualquer tipo de rótulo. Tomemos como exemplo os estilos de época; a denomimação está correta. Passam épocas e mudam-se os estilos. Quando não se imagina possível a criação de mais um, ainda há quem tente criá-lo, mesmo sabendo (ou não sabendo) que todos os estilos de época passarão, a verdadeira obra de Arte (e me refiro a toda e qualquer expressão artística)sendo Arte, é intemporal; não pertence a uma época; é doável ao Tempo-Sem-Limite. A Poesia pertence tão somente à História da Sensibilidade e da Emoção; e o Homem, enquanto Ser Sensível, pertence à Eternidade.

Nesse modesto espaço, com as ressalvas já apontadas e as reflexões colocadas a título de desabafo, é que divulgo o Regulamento.

É evidente que não participarei dessa "festa pobre" que acho uma ignomínia sem tamanho. Se pelo menos o quantum arrecadado fosse destinado a uma instituição filantrópica (asilo, orfanato, hospital)... Se a taxa depositada diretamente na conta de uma instituição desse tipo... Para prostituir um "fundo" para publicar-se, não. A Poesia é indigna disso. Para divulgar-se não precisa assaltar o bolso pobre dos incautos, que desejam a todo conquistar o seu "lugar ao sol".

Desse viés, o meu alerta: Cuidado, com os vendilhões do templo! Cuidado com aqueles que não puderam entrar Templo da Poesia. Sim, muito cuidado, porque ficarão à porta vendendo, como se fosse promessas de divulgação, como se fosse o milagre dos tempos atuais. O poeta não pode ser vítima de mais essa iniqüidade. Quem se habilitar, desembolsando esse taxa absurda e sem bandeira, bem merece.

Com esse protesto é que divulgo, a seguir, o regulamento do Concurso de Poesia Álvares de Azevedo. Se o poeta estivesse aí, em carne e osso, concordaria com isso? Devemos ressuscitá-lo para que responda.

Um comentário:

http://cinzasdecarvalho.zip.net disse...

Concordo com vc em gênero, número e grau. Graves os problemas da editoração. Gostei muito do seu espaço. Se tiver um tempinho, conheça o meu tb. Abraço grande.
Bárbara Carvalho.
http://cinzasdecarvalho.zip.net

POESIA NA ESTANTE

  • A CONTINGÊNCIA DO SER - Célio César Paduani
  • A INSÔNIA DOS GRILOS - Jorge Tufic
  • A RETÓRICA DO SILÊNCIO - Gilberto Mendonça Teles
  • A ROSA DO POVO - Carlos Drummond de Andrade
  • A SOLEIRA E O SÉCULO - Iacyr Anderson Freitas
  • A VACA E O HIPOGRIFO - Mário Quintana
  • AINDA O SOL - Gabriel Bicalho
  • ARTE DE ARMAR - Gilberto Mendonça Teles
  • ARTEFATOS DE AREIA - Francisco Carvalho
  • AS IMPUREZAS DO BRANCO - Carlos Drummond de Andrade
  • BARCA DOS SENTIDOS - Francisco Carvalho
  • BARULHOS - Ferreira Gullar
  • BAÚ DE ESPANTO - Mário Quintana
  • BICHO PAPEL - Régis Bonvicino
  • CADERNO H - Mário Quintana
  • CANTATA - Yeda Prates Bernis
  • CANTIGA DE ADORMECER TAMANDUÁ E ACORDAR UNS HOMENS - Pascoal Motta
  • CANTO E PALAVRA - Affonso Romano de Sant'Anna
  • CARAVELA - REDESCOBRIMENTOS - Gabriel Bicalho
  • CENTRAL POÉTICA - Lêdo Ivo
  • CONVERSA CLARA - Domingos Pelegrini Jr.
  • CORPO PORTÁTIL - Fernando Fiorese
  • CRIME NA FLORA - Ferreira Gullar
  • CRIME NA FLORA - Ferreira Gullar
  • CRISTAL DO TEMPO & A COR DO INVISíVEL - Maria do Rosário Teles do invisível
  • DIÁRIO DO MUDO - Paulinho Assunção
  • DICIONÁRIO MÍNIMO - Fernando Fábio Fiorese Furtado
  • DUAS ÁGUAS - João Cabral de Melo Neto
  • ELEGIA DO PAÍS DAS GERAIS - Dantas Motta
  • FINIS TERRA - Lêdo Ivo
  • GUARDANAPOS PINTADOS COM VINHO - Jorge Tufic
  • HORA ABERTA - Gilberto Mendonça Teles
  • INVENÇÃO DE ORFEU - Jorge de Lima
  • LAVRÁRIO - Márcio Almeida
  • LÍRIOS POSSÍVEIS - Gabriel Bicalho
  • LIRISMO RURAL (O Sereno do Cerrado) - Gilberto Mendonça Teles
  • MEL PERVERSO - Márcio Almeida
  • MELHORES POEMAS - Paulo Leminski
  • O ESTRANHO CANTO DO PÁSSARO - Célio César Paduani
  • O ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA - Cecília Meirelles
  • O SONO PROVISÓRIO - Antônio Barreto
  • O TERRA A TERRA DA LINGUAGEM - Gilberto Mendonça Teles
  • OS MELHORES POEMAS DE FERREIRA GULLAR - Ferreira Gullar
  • PASTO DE PEDRA - Bueno de Rivera
  • PLURAL DE NUVENS - Gilberto Mendonça Teles
  • POEMA SUJO - Ferreira Gullar
  • POEMAS REUNIDOS - Gilberto Mendonça Teles
  • POEMAS REUNIDOS - João Cabral de Melo Neto
  • POESIA REUNIDA - Jorge Tufic
  • RETRATO DE MÃE - Jorge Tufic
  • VER DE BOI - Pascoal Motta
  • VESÂNIA - Márcio Almeida
  • VIANDANTE - Yeda Prates Bernis