COM RESSALVAS, DIVULGO!!!
Concurso de Poesia Álvares de Azevedo
Louvável a iniciativa, se considerarmos o fato de que a poesia não recebe "incentivos". Para ela, quase sempre, estão fechadas as portas das grandes editoras. Com certa razão, porque o empresário quer lucro, no âmbito do real (com trocadilho e tudo), enquanto o poeta quer a realidade, mas tomada de transfiguração. O que me assusta nessa história toda de concursos que cobram taxas e prommetem "divulgação" é a possibilidade de um engodo. Há sempre um engodo à espreita; e há, também, inúmeros escritores incautos, dispostos a acreditar no milagre da divulgação, essas coisas da mídia, que podem fazer um indivíduo conhecido, mas que não são capazes de fazer melhor a sua poesia.
Desconfio de concursos que cobram taxas de inscrição. Por que não buscaram, antes, patrocínio? Será que o poeta (e poeta geralmente é pobre) é quem deve pagar a conta?
Além disso, no caso específico desse Concusro de Poesia Álvares de Azevedo, a taxa é relativamente alta: R$ 15,00 (QUINZE REAIS).
 
Outra ressalta é o tema´. Concursos com temática predeterminada? Alto lá.  Poesia, como expressão de liberdade interior deve começar livre pelo temaa. O ser humano, visto na sua psiquê, não aceita limites, por isso mesmo a Poesia não deve padecer dessas limitações (peso, forma,  cheiro, cor,ou ideologia). Ao diabo toda e qualquer limitação! 
Não podemos e não devemos nos esquecer de que Poesia é, com força de verbo ser intransitivo; por isso é que não carece de rótulos; por isso é que abomina todo e qualquer tipo de rótulo. Tomemos como exemplo os estilos de época; a denomimação está correta. Passam épocas e mudam-se os estilos. Quando não se imagina possível a criação de mais um, ainda há quem tente criá-lo, mesmo sabendo (ou não sabendo) que todos os estilos de época passarão, a verdadeira obra de Arte (e me refiro a toda e qualquer expressão artística)sendo Arte, é intemporal; não pertence a uma época; é doável ao Tempo-Sem-Limite. A Poesia pertence tão somente à História da Sensibilidade e da Emoção; e o Homem, enquanto Ser Sensível, pertence à Eternidade.  
Nesse modesto espaço, com as ressalvas já apontadas e as reflexões colocadas a título de desabafo,  é que divulgo o Regulamento. 
É evidente que não participarei dessa "festa pobre" que acho uma ignomínia sem tamanho.  Se pelo menos o quantum arrecadado fosse destinado a uma instituição filantrópica (asilo, orfanato, hospital)... Se a taxa depositada diretamente na conta de uma instituição desse tipo... Para prostituir um "fundo" para publicar-se, não. A Poesia é indigna disso. Para divulgar-se não precisa assaltar o bolso pobre dos incautos, que desejam a todo conquistar o seu "lugar ao sol". 
Desse viés, o meu alerta: Cuidado, com os vendilhões do templo! Cuidado com aqueles que não puderam entrar Templo da Poesia. Sim, muito cuidado, porque ficarão à porta vendendo, como se fosse promessas de divulgação, como se fosse o milagre dos tempos atuais. O poeta não pode ser  vítima de mais essa iniqüidade. Quem se habilitar, desembolsando esse taxa absurda e sem bandeira, bem merece.
Com esse protesto é que divulgo, a seguir, o regulamento do Concurso de Poesia Álvares de Azevedo. Se o poeta estivesse aí, em carne e osso, concordaria com isso? Devemos ressuscitá-lo para que responda.
07/07/2008
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Um comentário:
Concordo com vc em gênero, número e grau. Graves os problemas da editoração. Gostei muito do seu espaço. Se tiver um tempinho, conheça o meu tb. Abraço grande.
Bárbara Carvalho.
http://cinzasdecarvalho.zip.net
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