20/06/2008

PARA QUE SERVE A POESIA?

Geraldo Reis

Para tornar o homem mais reflexivo e ciente de sua grandeza enquanto Ser Sensível?
De sua insignificância enquanto ser finito?

Para dar ao homem uma noção mais exata de seu estar-no-mundo enquanto Ser Sensível, incapaz, porém, de transformar seu destino cósmico?

Para fazer o ser humano tão sensível a ponto de descobrir o belo tramado nas coisas mais simples, e o social nas coisas mais complexas como razão de ser-e-estar-no mundo?

Para emocionar o Ser e projetá-lo no mundo da estética, da beleza posta a serviço da transformação do homem enquanto Ser que reúne e equilibra (pelo menos tenta) razão e emoção?

Tudo isso e um pouco mais do que isso, no âmbito da linguagem inaugural, rumo à linguagem inaugural, rumo à descoberta da Palavra, do Homem e do Mundo?

NENHUM NATAL

Geraldo Reis




Nenhum Natal nas roseiras
Só desejos de espinho
Intenções de naufrágio
Pendendo dos galhos.


E as rosas todas, embora
Comidas na antemanhã
da Cobiça e do ouro,
Eis que anoitece, cantamos.


E não tem erva daninha
Estrela, olhos longe, fado
Ama seca, pedra-pomes, ária
Na expressão desse abalo.


Para o menino sonhando caravelas
No mistério de mares embutidos

e apenas
O grito suado dos garis
Brotando da memória dos armários.

vídeo da "maria fumaça"

Uma visita a Ouro Preto e a Mariana será incompleta, se faltar o passeio na Maria Fumaça. A antiga locomotiva, recolocada nos trilhos pela Vale do Rio do Doce, vai de Mariana a Ouro Preto numa viagem que dura cerca de uma hora de muita emoção visual. A locomotiva atravessa montanhas, túneis e dela se descortina uma paisagem exuberante. A mostra é incompleta, seja pela limitação técnica da câmera (celular Sony w300i), seja pela inexperiência deste pseudo-operador.