HERANÇA
Geraldo Reis
Depois da noite, do abismo da noite
ninguém perturbe o silêncio dos óculos deixados,
como que esquecidos de mim,
sobre a mesa.
Nunca mais verei
com aqueles óculos,
minha dama,
De segredo feita e paisagem.
Nenhum calor
nas lentes
que a recorde.
No quarto onde mal dormia
eu vos deixo de herança
meus olhos cambaios.
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