MINAS
EM PRETO
E BRANCO
(COM A DEVIDA VÊNIA, LEMBRANDO
DRUMMOND)
EM PRETO
E BRANCO
(COM A DEVIDA VÊNIA, LEMBRANDO DRUMMOND)
Geraldo Reis / maio 2019
Se Minas não há mais, José,
e se a festa acabou
Resta a lembrança da parede que dói
como um deserto
mais do que o retrato.
Resta a maldição do retrato
em preto e branco
perseguindo o reboco.
em preto e branco
Resta a algaravia
pousada de madrigais,
no beiral abandonado.
Resta o muro que enferruja o subsolo.
Se Minas não há mais, José,
resta a lembrança
de um vitral que se desfaz
na garganta comovida dos
galos
entre as duas cores do retrato de hoje.
Minas não dá mais, José,
e agora?
Lembrada em preto e branco
mais do que o retrato
Minas é uma parede que dói.
3 comentários:
Mariana foi, é e sempre será a terra dos grandes escritores e poetas. Fico muito honrado em ser amigo de infância desses autênticos artistas e responsáveis por nos fazer lembrar sempre a importância de nossas raízes. Parabéns meu amigo Geraldo.
Minas é poesia universal nos quadros inesquecíveis de Elias Layon, Olga Tukof, Aloísio Moraes, todos guardados com destaque no meu álbum de infância marianense.
Não podemos esquecer do José Afonso Moraes que, apesar de pouco conhecido como pintor era excepcional.
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