O TREM DE ITAMARANDIBA
Agora um rio de sono
flor e febre
viaja a nossa carne penhorada.
O Trem de Itamarandiba
cheinho de degredados
viaja seus relógios.
E longe um cavalo
sem promessa que seja
de alforje ou viagem
arrasta um irmão.
A lua pela metade
de bronze um cavalo
no tempo e zinabre.
Ferve o sol diamantino.
O Arraial do Ouro Podre
sem Tiradentes por perto
cumpre na febre a memória
de um tempo degolado.
O trem de Itamarandiba
cheinho de degredados
viaja nossos relógios.
DURANDO ENTRE VINDIMAS - PÁG. 15